
1 Me engana que eu gosto
Eu vejo o mundo girando em descompasso
Vai pra e vai pra baixo e não consegue se acertar
É tanta gente vivendo no desespero
Buscando fama e dinheiro apenas pra se mostrar
Tanta disputa na fogueira da vaidade
E a infelicidade está em todo lugar
Aqui se vive num mundo de aparência
Que não tem mais consciência do valor do verbo "amar"
Ê, me engana! Ê, me engana! Ê, me engana! Ê, me engana!
É tanta gente que só vive na igreja
Enquanto bebe cerveja no boteco pra "acalmar"
É tanto "santo" que ora, ajoelha e jura
Confiar no Deus das alturas, mas que vive a vacilar
Confia mesmo é tão somente no dinheiro
E na hora do desespero não cansa de reclamar
Não tem amor, compaixão, nem humildade
Trata o irmão com maldade, mesmo assim quer se salvar
Ê, me engana! Ê, me engana! Ê, me engana! Ê, me engana!
Eu vejo gente no Instagram, no Facebook,
No Twitter, no Youtube, que é a maior sensação
Posa sorrindo na maior felicidade
Exibindo prosperidade: iate, casa, carrão...
Mas na real, quando está na sua presença,
É uma total indiferença, é uma decepção
Não dá bom dia, não dá beijo nem abraço
A vida é um fracasso, só vive de ilusão...
Ê, me engana! Ê, me engana! Ê, me engana! Ê, me engana!
3 A favorita
Nas margens do rio do amor, território da paixão
Foi onde eu te encontrei, menina!
Num instante você me olhou, e com olhos de sonhador
Eu te amei
Jamais pude imaginar que um dia fosse você
A minha flor preferida
Agora que você vem, posso te chamar meu bem
Posso, enfim, viver a vida
Amor, você vem?
Estou feliz porque você é linda...meu bem
5 O Anjo solitário (instrumental)
6 Rio de mágoas
2 Guerra dos mundos
O vento bate na porta, a porte sente o pulsar
A gentileza se move em direção ao luar
Eis que um ser tão maltrapilho, parece ali implorar
Pra se livrar do castigo que tanto lhe faz chorar
A meia noite é calma como um furacão
A meia noite revela a alma do meu sertão, meu sertão
Um galho seco, translúcido, à sombra de quem não vê
Revela o mais absurdo do que puderam fazer
Vidas jogadas no lixo, corpos queimados no chão
Da natureza um cisco, da sutileza um não
A meia noite é calma como um furacão
A meia noite revela a alma do meu sertão, meu sertão
Do colorido das matas à sombra em tenra raiz
Da fluidez das cascatas à sequidão infeliz...
Faces cruéis de dois mundos, do amor à insensatez
Da beleza ao caos profundo, do tudo o nada se fez
A meia noite é calma como um furacão
A meia noite revela a alma do meu sertão, meu sertão
4 O Grande "Eu Sou"
Foi chegando lentamente, como brisa leve na escuridão
Seus olhos bem avermelhados, um olhar cansado, uma irritação
Seus pés descalços destroçados, amordaçado era o seu pensa
Seus sonhos presos no passado, o seu presente era o caminhar... caminhar
Nas suas vestes desbotadas, marcas fincadas do que passou
Lembranças já desfiguradas, carbonizadas pelo desamor... desamor
Mas acima do bem e do mal, além de todo inferno astral....
...o Grande Eu Sou!
Palavras que lhe fogem da boca, invadem a alma e o coração
Somente a mente de quem sente permanece viva em cada direção
Nos seus estranhos pensamentos, nada mais parece incomodar
Em meio a ressentimentos, o seu momento é de chorar...
de chorar
Lágrimas que ainda restam, e ainda testam o seu interior
Pelos tantos sonhos destroçados, tão arrasados pelo desamor...desamor
Mas acima do bem e do mal, além de todo inferno astral...
...o Grande Eu Sou!
7 Abram alas ao Deus-menino
Beto Gonzales e José Carlos Alfama
Já não escuto tuas águas, no silêncio, a escuridão
Só um lamento triste, que corta a alma e o coração
Chora um rio que morre de agonia, não tem vazão
Também vou morrendo aos poucos
Nesse mundo louco de devastação
Descem rio abaixo as últimas águas
Desse rio de mágoas, quanta estupidez!
E o ser humano vai matando a vida
Vai dando guarida pra insensatez, pra insensatez...
Já não vejo pescadores, nem barcos a navegar
Vão variando tuas cores, correm tuas dores até o amor
Mas a terra castigada sonha com a felicidade
Que brota em novas nascentes
Que viram correntes de liberdade
Descem rio abaixo as últimas águas
Desse rio de mágoas, quanta estupidez!
E o ser humano vai matando a vida
Vai dando guarida pra insensatez, pra insensatez...
8 O amor em três atos
Naquele dia lá na estação (2x)
João e Maria eram só emoção
João e Maria eram só emoção, êêê!
Mas de tristeza, ela se pôs a chorar (2x)
Ele também chorou ao lhe consolar (2x)
Como é triste alguém ter que ficar!
Como é triste alguém ter que ficar, ê!
Ela, então, subiu naquele vagão (2x)
E assim partiu um pobre coração
E assim partiu um pobre coração, êêê!
Mas antes de ir, ela, então, prometeu (2x)
Espere por mim, João, que o meu amor é teu!
Espere por mim, João, que o teu amor é meu!
Como é lindo o amor que Deus nos deu!
Como é lindo o amor que Deus nos deu, ah!
Desde aquele dia João vive a esperar (2x)
Que a sua Maria volte pra lhe libertar
Que a sua Maria volte pra lhe libertar, êêê!
Por isso hoje eu fiz esta canção (2x)
Para Maria e para o João (2x)
E pra você, que tem compaixão
E pra você, que tem compaixão, êêê!
E pra você, que também tem paixão
E pra você, que também tem paixão, êêê!
E pra você, que tem compaixão, êêê!
E pra você, que também tem paixão, êêê!

Abram alas pro Deus-menino!
Pro grande Rei, o Peregrino
Ele é o Rei do Sol, Ele é o Rei do mar
Ele é o nosso Rei maior!
Abram alas pro Deus-menino!
O grande Deus, o Peregrino
Ele é o Rei do Sol, Ele é o Rei do mar
Ele é o nosso Deus maior
Abram alas pro Deus-menino!
Abram alas pro Deus-menino!
Abram alas pro Deus-menino!
9 Linha do tempo
Lá, onde se esconde o sorriso
À luz do paraíso, seres querendo voar
Lá, há muito mais que esperança
Nos risos de simples crianças
Todas querendo sonhar
Nada! Nada mais há nesse mundo
Que não se perca em segundos na linha do tempo
Nada! Nada mais há que o infinito
A perpetuar nosso grito na linha do tempo...
Até que ele se vá!
Lá, onde reside a saudade
Se encontra a felicidade
Dos seres que ousam ousar
Lá, há muito mais do que vejo
Há um turbilhão de desejos
Todos querendo se amar
Nada! Nada mais há nesse mundo
Que não se perca em segundos na linha do tempo
Nada! Nada mais há que o infinito
A perpetuar nosso grito na linha do tempo...
Até que ele se vá!
10 Saudade cristalina
Plena madrugada, o dia prestes a nascer
As flores e o orvalho anunciando o amanhecer
No rio, as cascatas; e as galinhas no quintal
A vida novamente a florescer
No sertão, a gente se amava todo dia sem saber
No sertão, tudo era mais de entender
Meu pai e minha lá na cozinha a conversar
Bolinhos sobre a mesa, cheiro de café no ar
Crianças brincando alegremente, sem parar
A vida calmamente a caminhar
No sertão, a gente se amava todo dia sem saber
No sertão, tudo era mais de entender
Em dias de semana os homens iam trabalhar
Enquanto as mulheres se desdobravam no lar
E logo ali bem perto, na escolinha do arraial
As muitas criancinhas a estudar
No sertão, a gente se amava todo dia sem saber
No sertão, tudo era mais de entender
Todo dia a gente se abraçava ao deitar
Meu velho pai rezava pra família abençoar
Tempos de alegria, de esperança e de esplendor
Onde o importante era o amor
No sertão, a gente se amava todo dia sem saber
No sertão, tudo era mais de entender